Caminhos naturais

Tuesday, June 24, 2008




Calango Tango



Meu sobrinho, Paulo Henrique (PH) é produtor de filmes e um fã de calango, então resolvi desafiá-lo e deu nisto aí. Leia cantando:


Eu:

Pra quem anda neste mundo/
filmando em todo lugá/
até o calango tango/
na Serrinha do Ingá/
só pode se resultado/
dum coice de um marruá/
que fez do menino quieto/

o famoso PH.

PH:
eu gostei da sua conversa
gostei do seu pruziáse
no mundo eu ando filmando
você anda a pedalámas
quando ví sua foto
peguei muito a imaginá
quem que tá levando quem?
você pode me explicar?
é o Adal quem leva o Tucano
ou ele quem tá a te levar?

EU:
O tucano tão bonito/
já ñ pode avoa/
se viesse me enfrentando/
ñ deixava me arribá/
mas sentado no meu ombro/
veio sério me falá/
"vou fazê um ninho novo/
nas tranças do PH".

PH:
Jesus, Maria, José/ vinha tia Lili gritando/ olhei pra ver o banzé/ assuntar o que tava passando/ era a tia Lili na frente/ e o Adal atrás cu´tucano/ Diz que o tucano avoa/ eu nem sei se ele faz ninho/ ao menos na bicicleta/ cê num anda mais sozinho/ vou te comprar uma peruca/ pru tucano não te largar/ daí ele te faz trança/ e não vai te abandoná/ você só vai ter um problema/ é se o Ibama te pegar.

EU:
Dando um giro em tua página
Desse tar de zé Orkut
Vi muié de todo tipo
Cada qual mais fina e cult
Mas fiquei arrepiado
quando vi uma falá
que cê perdeu a tua chave
numa festa de arraiá

Do jeito q tas bebendo
Vai perder coisa pior
E como sendo perdido
O negão q achar o nó
Vendo q ele não tem dono
Vai levar teu fiofó.

PH:
Crendiospadre, Ave Maria/ agora ficô pió/ acho que o tal tucano/ tá regulando mió/ nunca ví tanta besteira/ ser dita prum home só/ Mas tudo a gente concerta/ não tem nó que não desata/ eu nunca perdi a linha/ sou eu que amanso a cachaça/ bebo de dia e de noite/ nunca acordo de ressaca/ nunca perco as estribeiras/ minha saída tá lacrada/ por onde saem as fezes/ mas nunca que entrô nada/ vamos melhorá a prosa/ deu de conversa fiada/ se a tia lili ver isso/ certeza vai ficar brava/ e vai te botar pra dormir/ no quartin da empregada.

EU:
Ah, se fosse o tal quartin
Era mais mio que angú!
Pior s’ela me botasse
Na casinha da Malu
Ou me dessa aquela surra
Com um rabo de tatú

Mas sou home bem tranqüilo
Para mim ta tudo azul
Quando tou na pedalada
Sempre tomo uma pitú
Sem nunca perder a linha
Ou pronta algum rebú
Mas se algum me repisar
Um alguém igual a tu
Perco minhas estribeiras,
fico brabo pra xuxú.

PH:
De fatu é muito difícil/ terminar rima com u/ se mal cheiro não é na entrada/ é por onde sai o angú/ tava pensando na estrada/ olhando a foto postada/ desse bicho jururu/ pensei isso não é tucano/ é o Adal tá variando/ tem no ombro um urubú./ Parando um pouco da briga/ pra mode te dá um refresco/ queria que ocê falasse/ de tudo que tens apreço/ bicicleta, livraria/ inté coisa que não conheço/ pode falá de muié/ quando a tia não tivé/ fale do fim e do começo.

EU:
Vem chamá de urubú/ um tucano tão bonito,/ inda diz qu'eu ando cego./O q eu digo e repito/ é q este Paulo Henrique/ tá ficando esquisito/Veja só o q tu disse,/ e aqui eu te imito,/ "conta o q eu ñ conheço/ até muié q eu evito",/ fico muito preocupado/ vou reza para o bendito.
PH:
Vou mandá chamar os santos/ um só não vai dar pro cheiro/ chamar padre, chamar papa/ eu vou inté num terreiro/ pra ver se essa ave larga/ o meu tio bicicleteiro/ Num pode um homem sabido/ dos livros tão respeitado/ sair por aí a vender/ com um tucano no braço/ ninguém mais vai te atender/ vai perder seu ordenado/ por isso eu peço com fé/ pro senhor de Nazaré/ que sejas abençoado/ e esse tal de Tucano/ vá pousar em outro plano/ e você viva sossegado.
EU:
O descrente acha fácil
O cristão largar a fé
Paulo Henrique manda o tio
No tucano dá um pé
Inda diz que sem o bicho
Vou ganhar muita muié

A Lili ficou esperta
Com’o sobrinho Zé Mané
Diz que ele lá em casa
Já não toma mais café
Quer desvirtuar o tio
Pra trocar a mão por pé.
Só por ser muié discreta
não lhe deu um pontapé
PH: Num foi bem isso que eu disse/ entenda como quisé/ quem só escuta o que gosta/ num ouve o que não qué/ Queria saber notícias/ cê pode ser o portador/ como anda a tia Lili/ Percília, Lia e o senhor?/ Mande notícias do/ Sérgio, Lara e do Leonardo/ Lucimar, do Ranierie de quem nào tiver lembrado/ me conte tudo em verso/ que é pra ficar animado/ inté o fim das notíciaseu já te deixei treinado/ vai fazer verso comigo/ cantando e improvisado/ vai largar da bicicleta/ comprar uma gaita pra festa/ fazer verso igual canário/ larga mão desse tucano/ antes que entre no cano/ por conta desse ordinário
EU:
Vou seguir teu bom conselho/ de falar da vida alheia/ contar que Percília riu/ riu bastante e sem peia/ quando a tia Julieta/ contou uma história feia./ Tia Ju um inquilino/ colocou em sua casa./ Ela embaixo no banheiro/ ele em cima na bandalha/ toda hora ele descia/ pra tentar a senhoria./ Era bica que pingava,/ a janela não abria,/ e o dinheiro do aluguel/ não pagava e'la não via./ Ficaram nesse vai-e-vem/ que só demorou uns dia/ até ela se encher e/ bota ele pra correr.

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